Por João Pedro Pacheco e Fernanda Abílio
O setor de base florestal do Brasil cresceu significativamente nos últimos anos, não só em termos de produção, mas principalmente em relação à profissionalização do setor e das indústrias. Outro ponto, é uma maior maturidade financeira. Hoje, as empresas estão bem estruturadas, sólidas e consolidadas no mercado brasileiro. Este é o primeiro passo para que o setor e as empresas se sintam mais seguras para buscar novos investimentos e novas fronteiras.
A Florestar São Paulo é uma associação que congrega atualmente 11 empresas. Atuam em atividades de base florestal, processos com madeira, produção de papel e celulose, fabricação de painéis, produção de resina, biomassa e serviços de logística. Estas atividades ocorrem não só dentro do estado de São Paulo, mas em todas as regiões do Brasil. As empresas associadas à Florestar estão em 14 estados do país.
Somos um setor que tem um apelo ambiental muito positivo, temos a sustentabilidade em nosso DNA. As empresas florestais são grandes lideranças no Brasil nos aspectos ESG. Desde certificações, compensações ambientais, áreas de preservação, em tudo que engloba o conceito Environmental, Social and Governance. É um setor que tem uma pegada de carbono positiva, que contribui para a mitigação das mudanças climáticas. Tudo isso acaba potencializando o setor como um todo. Vemos uma ampliação grande do portfólio de produtos que visam, principalmente, a substituição dos derivados de petróleo.
Outro fator que contribui para isso é o know-how do Brasil. Nosso país é o principal polo produtivo da indústria de base florestal no mundo. Nós temos expertise em “como fazer”, não só na indústria, mas também no campo. O ciclo do eucalipto no Brasil é o menor da indústria mundial. O Brasil se especializou bastante neste negócio e hoje somos benchmarking em tecnologia florestal, em práticas de manejo silvicultural e na indústria de transformação. As novas indústrias e as que estão surgindo são altamente ecoeficientes, com baixíssima porcentagem de resíduos. Temos um aproveitamento quase total dos subprodutos gerados no processo produtivo.
O Brasil é um exemplo e um caso de sucesso do negócio florestal. E estas conquistas são os diferenciais para todo esse movimento de maturidade, de crescimento do setor e de exportação de conhecimento.
Com o crescimento, a busca por novas fronteiras é natural. Empresas exportadoras, já com escritórios comerciais em outros países, cada vez mais estão apostando em operações internacionais, principalmente operações industriais. Entre nossas associadas, temos empresas presentes em outros 15 países, além do Brasil.
O Brasil ainda é altamente competitivo no que tange à parte de campo. Com relação à base florestal, ao plantio, existe uma vantagem comparativa muito significativa. Nenhuma empresa brasileira ainda conseguiu estabelecer base florestal em outras regiões por motivos óbvios: clima, oferta de terra, de tecnologia e mão-de-obra. Então, o movimento de internacionalização das empresas, por enquanto, tem sido majoritariamente para processos produtivos. Isto é percebido principalmente através de sociedades e parcerias estratégicas, como as joint ventures. Há um movimento das empresas brasileiras buscando essas parcerias para o desenvolvimento de processos produtivos e fábricas em outros territórios. Isso é bem interessante porque unem-se os conhecimentos. Esta união de esforços e de conhecimentos acaba sendo um dos principais direcionadores para esta expansão internacional.
Há uma leitura e um entendimento das oportunidades dos cenários de cada região. Uma estratégia de internacionalização na América do Sul tem um foco, já na Ásia tem outro. E as empresas estão sabendo fazer a leitura correta dessas regiões, das particularidades de cada uma delas. Isto envolve cultura, vantagens comparativas, cadeias consumidoras e propicia que as empresas façam investimentos de forma estratégica.
João Pedro Pacheco é vice-presidente da Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas e Fernanda Abílio é diretora-executiva da associação.
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