Por: Sérgio Santa Rosa
Nesta sexta-feira (02), a Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf) e a Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas (Florestar São Paulo) firmaram um acordo de cooperação que estabelece e regulamenta um programa de cooperação científica e tecnológica entre as duas instituições.
O documento foi assinado durante reunião realizada na sede da Fepaf, na Fazenda Experimental Lageado, em Botucatu. Participaram do ato, o presidente da Florestar São Paulo, Manoel Browne de Paula, e a diretora-executiva da associação, Fernanda Abílio; a professora Renata Cristina Batista Fonseca, diretora-presidente da Fepaf e demais diretores da Fundação, professores Alexandre Dal Pai e Edson Luiz Furtado. Também estiverem presentes, os professores Leonardo de Barros Pinto, coordenador do curso de Engenharia Florestal da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, campus de Botucatu e Magali Ribeiro da Silva, chefe do Departamento de Ciência Florestal, Solos e Ambiente da FCA e estudantes integrantes da empresa júnior, Conflor Jr. Consultoria Florestal.
A Fepaf apoia programas de desenvolvimento econômico, social e ambiental, tendo como principal atividade a administração de projetos de pesquisa relacionadas à agricultura, agroindústria, indústria de insumos e equipamentos agropecuários, preservação e recuperação ambiental.
A Florestar, por sua vez, é uma entidade associativa estadual que representa a cadeia produtiva do setor de árvores plantadas e os segmentos industriais que têm na madeira e nas fibras vegetais seu principal insumo. No quadro de associados, estão presentes produtores, fornecedores e consumidores de florestas plantadas, empresas prestadoras de serviços que atuam nas áreas de plantios e no transporte de madeira e fundos de investimentos que fazem a gestão de milhares de hectares.
O programa de cooperação científica entre Fepaf e Florestar prevê a criação de projetos específicos nas áreas de atuação das duas entidades. Dentre outros enfoques, tais projetos poderão ser voltados para: incentivo e colaboração com estudos e pesquisas científicas de alunos voltadas ao manejo florestal, incluindo sua divulgação e publicação; realização ou participação em programas de capacitação técnica na área florestal; organização e apresentação de eventos, palestras ou conferências com conteúdo técnico voltado para manejo florestal ou para a qualificação técnica na área florestal, bem como sua divulgação; apoio à capacitação de alunos na área florestal e divulgação de vagas de estágios e vagas profissionais no setor florestal.
O presidente da Florestar São Paulo, Manuel Browne, falou sobre a relevância da iniciativa. “A Florestar congrega hoje onze empresas do setor florestal situadas em São Paulo, setor que conta com mais de 1,3 milhão de hectares de floresta plantada. Isso tem uma grande importância para o estado de São Paulo como um todo, porque as florestas estão ligadas à sustentabilidade, a carbono, a um círculo virtuoso. Esse setor produtivo, aliado à academia, traz oportunidades de várias parcerias no campo científico, de formação humana e na geração de soluções que o setor privado pode se apropriar. Isso traz um estímulo recíproco e um benefício compartilhado. Essa colaboração que queremos desenvolver a longo prazo trará vantagens para o meio ambiente e para a sociedade como um todo”.
Browne lembrou que muitas empresas já têm ligações fortes com o meio acadêmico, mas em iniciativas pontuais. Ele acredita que a colaboração Florestar-Fepaf possa ser um piloto para ampliar e organizar iniciativas dessa natureza. “O setor de florestas plantadas é muito desenvolvido tecnologicamente. Ele já tem um know-how adquirido ao longo de décadas. Esse acúmulo científico vem da atuação de profissionais que se formaram nas universidades. O que buscamos hoje é tornar essa aproximação mais abrangente, mais organizada e com mais visibilidade. Creio que esse acordo será um piloto e certamente será bem-sucedido, porque ele gerou um interesse unânime entre as nossas empresas associadas. Estamos muito interessados em fazer essa parceria com a Fepaf dar certo. Estamos bastante felizes com esse momento e gratos pelo acolhimento dos professores”.
Fernanda Abílio, diretora-executiva da associação e egressa da FCA, atuará como coordenadora do acordo por parte da Florestar. Ela foi uma das idealizadoras dessa aproximação institucional. “Eu, particularmente, estou muito feliz por poder contribuir com esse projeto. A Florestar busca parcerias para beneficiar o setor florestal e também para expandir esses benefícios a outras entidades que se relacionam conosco, como é o caso das universidades. É nosso papel como associação contribuir com as universidades e entendo que é um dever meu, como ex-aluna, auxiliar a universidade que proporcionou minha formação, me ajudou chegar onde cheguei. Aqui foram cinco anos de graduação e outros quatro de pós-graduação e nada mais justo do que retribuir intermediando esse contato que possibilitou a parceria. Agradeço a receptividade dos professores da FCA, diretores da Fepaf e também do Manuel Browne por entender a importância e a relevância desse projeto e me ajudar a levá-lo aos associados da Florestar. Estamos no início, temos várias ideias e estamos muito animados em poder contribuir com a universidade”.
Thiago Gabriel dos Santos, presidente da Conflor, comentou a visão dos estudantes sobre a parceria entre Fepaf e Florestar. “É muito gratificante vermos essa aproximação da Fepaf, da Faculdade com o setor privado. Como empresa júnior, o grande mérito que vemos nessa iniciativa é a possibilidade de aproximar o aluno do movimento empresarial da área florestal. Ver essa parceria sendo constituída, para nós também é motivo de alegria e nos colocamos à disposição como estudantes de graduação para auxiliar nos desafios que virão”.
O professor Alexandre Dal Pai, diretor da Fepaf, ressaltou a necessidade de uma relação mais estreita entre setor produtivo e universidades. “Fiquei muito feliz com essa iniciativa. As pesquisas desenvolvidas aqui precisam de mais aplicabilidade. Muitas vezes, estudos feitos no meio acadêmico são documentados e arquivados. Quando já estamos atuando próximos do setor privado, sabemos que a pesquisa será utilizada de alguma forma pela sociedade. Isso é fundamental para o desenvolvimento da tecnologia nacional. Nós temos muito a oferecer, só precisamos trilhar os caminhos certos. Desejo muito sucesso a todos envolvidos no processo”.
Coordenadora do acordo de cooperação pela Fepaf, a professora Renata Cristina Batista Fonseca, falou sobre os benefícios mútuos da aproximação entre setor produtivo e meio acadêmico. “O curso de Engenharia Florestal da FCA tem tradição na formação de profissionais bem alinhados às demandas da sociedade, de maneira geral. Temos também o Programa de Pós-graduação em Ciência Florestal, avaliado com conceito 5 pela Capes, que tem a qualidade e a relevância de suas pesquisas amplamente reconhecidas. Por fim, temos a Fepaf atuando há décadas em projetos junto à área florestal. Ao longo dessa história, tivemos parcerias, intermediadas pela Fepaf ou não, entre docentes, setor produtivo e grupos de pesquisa. Mas essa é a primeira vez em que conseguimos, por meio da Florestar, uma associação que congrega o setor no estado de São Paulo, e da Fepaf, que congrega integrantes do meio acadêmico da FCA, da Unesp e de outras instituições, pensar num modelo de trabalho que seja produtivo para ambas as áreas. Estamos trabalhando para levantar as demandas da universidade e também do setor produtivo para que consigamos, de maneira clara, objetiva e transparente, colaborar na resolução de questões do setor florestal e contribuir para a formação de profissionais capacitados para atuar na área”.
Fotos: Divulgação
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