Com informações da Rede Mulher Florestal

A Rede Mulher Florestal é uma organização independente e pioneira de pessoas físicas e jurídicas que atuam ou se relacionam com o setor florestal da qual a Florestar São Paulo faz parte. De caráter não governamental, sem fins lucrativos ou vinculação partidária, a Rede permite que pessoas que atuam ou se relacionam com o setor florestal brasileiro tenham contato, ampliem, promovam e/ou compartilhem seu conhecimento sobre o tema gênero, com foco na inclusão de mulheres no setor florestal.

Mais uma vez, a entidade lançou o estudo “Panorama de Gênero”, agora com dados de 2023.

De acordo com a publicação, o ano passado foi marcado por mais presença de mulheres nas diretorias do setor florestal. A partir da consulta de 32 empresas da área, o levantamento do Panorama de Gênero 2023 identifica um aumento de 4%, no ano de 2021, para 7% de mulheres ocupando cargos de diretoria florestal neste ano.
No entanto, a porcentagem ligada à presença de CEOs mulheres perdeu força nesse intermédio, caindo de 12% em 2021 para 10% em 2023.

Outra área que também testemunhou uma redução na proporção de mulheres foi em viveiros, espaços que historicamente registram uma forte presença feminina. Em 2023, 41% das pessoas que trabalhavam em viveiros foram mulheres, grupo que representava mais que a metade da ocupação (51%) em 2021. Mulheres também diminuíram a presença no abastecimento/comercial e na diretoria de sustentabilidade ao mesmo tempo que aumentaram nas outras áreas e cargos.

O documento elaborado pela Rede Mulher Florestal, lançado neste dia 5, apresenta uma análise abrangente do cenário de participação das mulheres no setor florestal. Além de considerar a diversidade de segmentos e cargos, o Panorama de Gênero 2023 também oferece um olhar quantitativo para questões que rondam as problemáticas de gênero: questões salariais, apoio à maternidade e um olhar interseccional para mulheres com deficiências e/ou negras. Dados coletados em 2023 tiveram como base o fechamento de 2022, realizados e processados com o apoio técnico da Consultoria Tree Diversidade.

Do total das mulheres contabilizadas no Panorama, pelo menos 47% delas são pretas e pardas – resultado relativamente próximo ao de mulheres brancas, que representam 51% do poder feminino no setor. Já as mulheres com deficiência tiveram baixa expressão (menos que 0,5%), mostrando que a área florestal ainda precisa elaborar diálogos sobre a inserção de pessoas PCD.

Políticas de diversidade
A proporção de empresas que passaram a ter uma política de diversidade e de não discriminação de modo geral (raça, orientação sexual, gênero, idade, etc) saltou de 57% em 2021 para 88% no Panorama de 2023.

A Rede Mulher Florestal atribui o avanço a uma maior conscientização sobre a Diversidade, Equidade e Inclusão no ambiente de trabalho. A implementação de políticas mais abrangentes e equitativas também vem sendo uma pressão cada vez mais recorrente do mercado de trabalho, a partir de demandas da própria sociedade civil.

Outra área de atenção das empresas em relação às políticas de diversidade foi a étnico-racial. Em 2021, essas ações eram realizadas por 34% das companhias consultadas, enquanto esse número aumentou para 53% em 2023. Houve também queda da proporção de empresas que não pregavam a equidade salarial entre mulheres e homens nos mesmos cargos e atribuições, caindo de 6% para 3% entre os anos de 2021 e 2023.

A presidente da RMF, Bárbara Bomfim, reconhece que a presença de mulheres no setor florestal ainda é baixa, mas o panorama mostra os avanços ao longo dos anos. Para as empresas, o que ainda falta é ambição e conscientização. “Ainda percebemos uma negação da importância da agenda de gênero quando participamos em eventos de mais alto nível no setor, porém nos conforta saber que as novas gerações estão vindo com tudo para mudar esse cenário”, comentou Bárbara.

Para baixar o estudo na íntegra acesse: https://drive.google.com/file/d/1fAmdmLX-0v2fS5Erq1gRPRJakdJMqsN9/view

 

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