Nesta terça-feira (06) uma reunião extraordinária da Câmara Setorial de Produtos Florestais, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do governo estadual, contou com a participação de aproximadamente 50 profissionais ligados à silvicultura de pinus e produtores de resina no estado de São Paulo. O encontro foi em Itapeva, na Faculdade Fait.

A diretora-executiva da Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas (Florestar São Paulo) Fernanda Abilio, preside a Câmara desde 2022 e defende que este é o principal caminho para unir a iniciativa privada e o governo do estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Fernanda lembra que o setor florestal é responsável pela produção de matéria-prima para uma diversificada linha de produtos. “A resina de pinus, por exemplo, é matéria-prima para a fabricação gomas, tintas, vernizes, colas e borrachas sintéticas. Tudo isso sem falar em outros produtos, de alto valor agregado, como capsulas de remédio, pele artificial e tantos outros descobertos e aperfeiçoados a cada dia pela ciência.”

São Paulo possui hoje aproximadamente 1,28 milhão de hectares com florestas plantadas, cerca de 1 milhão de hectares são de eucalipto. A área com pinus é de 152 mil hectares, o que equivale a 12% dos plantios florestais do estado de São Paulo. A diretora-executiva da Florestar conta que o estado tem a maior produção de resina de pinus do Brasil e a segunda maior do mundo. “Cerca de 60% de toda a resina produzida no país. Em 2022 a matéria-prima gerou R$ 617 milhões em receita dentro do estado de São Paulo.”

Para continuar produzindo de maneira sustentável alguns cuidados precisam ser tomados. Um deles diz respeito a sanidade vegetal. Uma praga em potencial para os plantios de pinus é a Vespa-da-Madeira, cujos indícios já foram encontrados em território paulista. “O principal motivo da nossa reunião extraordinária e deste dia de campo foi apresentar as soluções para monitoramento e controle da Vespa-da-Madeira desenvolvidas pela Embrapa Florestas”, explicou Fernanda.

A segunda parte da reunião foi um dia de campo em uma área da associada Grupo Resinas Brasil. Os participantes tiveram oportunidade de ver na prática como é o processo de utilização do Nematec, composto biológico desenvolvido pela Embrapa Florestas para o combate à vespa.

Duas pesquisadoras da Embrapa Florestas, Susete Penteado e Ananda Aguiar, apresentaram as pesquisas e resultados obtidos com o Nematec. O produto, patenteado pela Embrapa Florestas, faz o controle biológico. Aplicado em árvores armadilha, o composto torna infértil a população de vespa que está na região em questão.

Representando o Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais – FUNCEMA, estava o engenheiro florestal e diretor-executivo da Associação Catarinense de Empresas Florestais, Mauro Murara Jr. Ele contou sobre a experiência catarinense no controle e monitoramento da Vespa-da-Madeira nas florestas de pinus de Santa Catarina. De acordo com Murara, a praga está sob controle no estado atualmente. “Mas isto só é possível graças à um trabalho contínuo, que envolve todos os produtores de pinus e também órgãos públicos de controle.”

De acordo com a presidente da Câmara Setorial de Produtos Florestais e diretora-executiva da Florestar, Fernanda Abilio, o próximo passo é articular com órgãos estaduais uma mobilização sobre a importância do monitoramento e controle da vespa em território paulista. “São Paulo é o segundo maior produtor de resina de pinus no mundo. Isso carrega uma responsabilidade grande. Então esta mobilização é fundamental entre todos os produtores, grandes e pequenos, para contermos o avanço desta praga no estado”, conclui ela.

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